CAT:17 Posts tagged "Blues"

Mungo Jerry – In The Summertime na publicidade

Não, eu nunca havia escutado “In The Summertime” até há bem pouco tempo atrás. Me julguem.
Esse mega hit da banda britânica Mungo Jerry, lançado em 1970, é alto astral até a última nuvem lá do céu. É divertido e relaxado, e muito disso graças à voz rouca e original do cantor Ray Dorset. Também graças ao fato de “In The Summertime” se alinhar com toda a tradição do blues e do stride piano jazzístico, sendo uma espécie de releitura não-purista desses gêneros. O banjo country da música também dá um toque de humor e leveza à faixa – que, aliás, foi praticamente o único sucesso do grupo. Então, se você como eu não conhecia essa pérola da passagem dos ’60 para os ’70, ouça aqui. E veja como tem sido seu uso na publicidade ao longo dos anos:

Para vender cruzeiros marítimos, um cover com algumas alterações na letra (2015):

Em 1992, a música lembrava do perigo de beber e dirigir:

E em 1973, sua letra adaptada vendia molho de tomate, em comercial da Ogilvy & Mather:

Mustache & Os Apaches • Twang

Com produção da Amnésia Filmes, foi lançado esta semana na rede o novo e divertido clipe do Mustache & Os Apaches, quinteto de São Paulo com sotaque sulista dos Estados Unidos. Inspirados pelo dixieland de New Orleans e pelas jug bands do inicio do século XX, nas quais se usavam washboards (tábuas de passar roupa) como instrumento de percussão, Os Apaches existem desde 2010 e se apresentam frequentemente em shows nas ruas (mas não só), com sua mistura acústica de kazoo, violão, contrabaixo, bandolim (mandolim para os norte americanos) e, claro, washboard. Curta:

Alabama Shakes • Hold On / You Ain’t Alone

De uma cidadezinha no interior do Alabama (Athens) até fazerem uma turnê junto com Jack White foi um pulo. Tudo isso a partir de uma reportagem da revista britânica NME (New Musical Express), que havia recebido um toque do vocalista dos Arctic Monkeys, Alex Turner. Agora o quarteto Alabama Shakes está lançando seu album de estréia, “Boys & Girls” pelo selo Rough Trade. Brittany Howard e sua poderosa voz é em grande parte responsável pela atenção que estão recebendo. A outra parte cabe ao seu som direto e roots, um rock sulista com um certo tempero soul e blues. Confira:

The Black Keys – Gold On The Ceiling

Gold On The Ceiling é uma das melhores faixas do último album dos The Black Keys, “El Camino”. Lançado em dezembro do ano passado, ele repete a qualidade das canções do disco anterior, “Brothers” (2010), com melodias precisas e riffs perfeitos.

A curiosidade fica por conta dos dois clipes que promovem a música Gold On The Ceiling, o primeiro (abaixo) bem filmado e editado, com imagens de shows, e o segundo (depois) lançado agora dia 31/maio, propositadamente tosco e nonsense:

E a tiração de sarro do diretor Harmony Korine:

Johnny Cash – God’s Gonna Cut You Down

God’s Gonna Cut You Down tem uma gravidade hipnótica que me impressiona. Originalmente um spiritual, essa canção ganhou uma força impressionante na voz grave e sóbria de Johnny Cash (1932-2003), na gravação lançada postumamente no album “American V: A Hundred Highways” (2006). A bateria seca e a instrumentação econômica aumentam ainda mais a potência dessa faixa, que poderia ser facilmente classificada como um “blues minimalista”. God’s Gonna Cut You Down foi gravada anteriormente por Elvis Presley, The Blind Boys From Alabama e pela cantora Odetta Holmes, e aqui foi utilizada em um clipe contemporâneo como se fosse uma gravação caseira dos anos 60 (direção de Dimitri Lê):

Bob Dylan – Rainy Day Women #12 & 35

Canção de abertura do disco “Blonde On Blonde” (1966) de Bob Dylan, Rainy Day Women #12 & 35 é um blues cômico gravado em tom de festa, com vozes, assobios e risadas ao longo de toda a faixa. Foi a única música em todo o disco a receber uma banda de sopros (tuba, trombone e trumpete), e a comicidade bêbada é dada não apenas pelas vozes e os sopros, mas também pelo piano em estilo vaudeville e pela gaita quase desafinada de Dylan. Essa canção também foi trilha sonora do filme “Forrest Gump” (1994), de Robert Zemeckis.