CAT:17 Posts tagged "Hip Hop"

BaianaSystem • Reza Forte

A trupe BaianaSystem, trio encabeçado pelo cantor Russo Passapusso, acaba de lançar um single pra limpar os caminhos do ano que se inicia. É “Reza Forte”, uma faixa bem lapidada, paulada bem dada como as que o grupo sabe fazer tão bem – com a benção do produtor Daniel Ganjaman. Aqui, como nos discos anteriores do Baiana, a cultura eletrônica dos DJs dá a mão aos couros da música brasileira e aos desenhos da guitarra baiana, e o que brota desse encontro é hipnoticamente dançante – como em um transe. Tema que, por sinal, está na letra da canção, que fala da ancestralidade africana no Brasil e da resistência das identidades indigena e principalmente negra.

Com participação do rapper BNegão (ex-Planet Hemp), “Reza Forte” abre os trabalhos pro lançamento do album “Oxeaxeexu” (oxe-axé-exu), que será lançado em três partes ou atos: a primeira agora 12 de fevereiro (“Navio Pirata”), a segunda em 5 de março (“Recital Instrumental”) e a terceira em 26 de março (“América do Sol”).

O clipe que sustenta o single foi filmado na ilha de Itaparica, com direção de Belle de Melo, produção da CAVE, direção de fotografia de Daniel Primo e produção executiva de Marcelo Cintra e Rafael Kent, e é forte e ao mesmo tempo sofisticado, como a música.

Folha de arruda, pé de coelho e sal grosso pra tirar a zica dos nossos encostos:

The Roots no NBA All-Star Game

Ontem à noite assisti à abertura do All Star Game da NBA, uma partida-exibição com os melhores jogadores de basquete dos Estados Unidos, realizada em New Orleans. As equipes foram apresentadas pelo The Roots, grupo de hip hop e black music na ativa há 30 anos. E eles botaram a casa abaixo: saindo do rock’n’roll dos anos 50 até a música contemporânea, contaram – e tocaram – um pouco da história do basquete americano e falaram da carreira dos jogadores, com rimas afiadas (é melhor você saber inglês). Sete minutos inesquecíveis:

BaianaSystem com Apple: Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua

Em 1972 Sérgio Sampaio inscreveu sua “Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua” no IV Festival Internacional da Canção. A canção fez sucesso com sua letra metafórica contra a ditadura militar (quem ia para a rua, ora ora, era o bloco armado do exército, não a sociedade civil).

Agora, a Apple lançou um filme totalmente feito no iPhone7 Plus usando esse tema de Sérgio Sampaio, só que na versão contemporânea, laqueada no rap, eletrônica e pesada do BaianaSystem junto com a rapper de São Bernardo do Campo Yzalú. O clipe foi feito em stop motion pela produtora VetorZero, tendo o carnaval de Olinda como inspiração. Sensacional!

Aqui, a versão original de 1972:

Karol Conka – Maracutaia

A curitibana Karol Conka ainda não lançou seu próximo album solo, mas uma das faixas já ganhou clipe e foi solta na rede: é “Maracutaia”, com produção do duo Tropkilazz (os DJs André Laudz e Zé Gonzalez, este último ex-integrante do N.A.S.A.) mais o produtor musical David Marroquino. Carregada nas percussões brasileiras de Pretinho da Serrinha, “Maracutaia” é um samba rap levemente eletrônico, muito mais “música de banda” do que de DJ – o que é um diferencial no território atual do hip hop, rap e funk nacionais.

No filme, dirigido por Brendo + Gofiantini pela Paranoid, Karol narra o cotidiano de um casal (interpretado por Lázaro Ramos e Taís Araújo), com figurinos e fotografia caprichados.

Update: a dupla de diretores da Paranoid chamou Karol para estrelar recentemente este filme de Avon:

Beatbox caseiro

Que talento, que inveja desses dois!

Emicida – Boa Esperança

Com produção da bigBonsai junto à Laboratório Fantasma e direção de Katia Lund (“Cidade de Deus”) e João Wainer (“Junho”), foi lançado ontem o novo clipe do Emicida, “Boa Esperança”. A música antecede o próximo disco do MC, ainda sem previsão de lançamento, e que tem participações de Caetano Veloso e Vanessa da Mata.

A música? Porrada. O clipe? Porrada. Os maus tratos de uma patroa contra sua doméstica são o estopim para uma revolta dos empregados na mansão aonde trabalham. No clipe atuaram a mãe de Emicida, dona Jacira (que já foi doméstica e aparece queimando o varal da casa) e os filhos de Mano Brown, Jorge e Domênica Dias (de dreadlocks roxos). Além do próprio Emicida como o vigia do condominio.