CAT:17 Posts tagged "Minimalismo"

Cornelius • Music + Fit + Nike

Cornelius é o nome artístico de Keigo Oyamada, guitarrista, produtor e “pintor” musical. Acho que o titulo se adequa bem ao tipo de música que ele produz: trabalhando com colagens e edição de sons, chega a um resultado cheio de “espaços” em branco, esperando serem preenchidos. Mas não é isso o que torna sua música minimalista, e sim a atenção a poucos e pequenos fragmentos sonoros, entre o acústico e o eletrônico. Em seus clips, som e imagem estão em uníssono, aproximando o resultado da video-arte.

Cornelius chegou a ter uma de suas músicas utilizadas em um comercial da Nike no Japão:

Sufjan Stevens • Radiolab presents Symmetry

A rádio novaiorquina  WNYC possui o Radiolab, programa transmitido também como podcast, e fizeram alguns videos para divulgar seus conceitos e temas e se fazer notar na web. Chamaram a produtora de filmes Everynone, também novaiorquina, que criou um video com o tema Simetrias, uma experiência em estéreo (visual e sonoro) com música minimalista (ao estilo de Steve Reich) a cargo do cantor, compositor e instrumentista Sufjan Stevens.

Ontem foi a premiação do Vimeo Awards 2012, no qual Symmetry levou o Grand Prize na categoria Lyrical. Conselho: assista o video com fone de ouvido, senão perde metade do valor.

 

Thom Hanreich / Pina Bausch – Tied Down

Pina“, de Wim Wenders, é uma das coisas mais belas a que tive a oportunidade de assistir no cinema nos últimos tempos. Já achava o trabalho da coreógrafa Pina Bausch de tirar o fôlego (pude vê-la quando sua companhia se apresentou no Brasil poucas antes de morrer). Quem não assistiu ao filme de Wim Wenders tem a obrigação de fazê-lo. A trilha sonora das coreografias é fantástica. Uma das músicas que mais gostei foi a dramática “Tied Down”, do alemão Thom Hanreich:

Abaixo, a faixa completa:

Yann Tiersen – Adeus Lenin

O multiinstrumentista francês Yann Tiersen ficou conhecido pela música que compôs para o filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain“. E dois anos depois criou a trilha sonora para outra película, “Adeus Lenin”, dirigido por Wolfgang Becker. São duas atmosferas musicais bastante diferentes, embora ambas tragam seu minimalismo característico. Aqui, nesta cena do filme alemão, a música é cíclica e crescente, antecipando uma revelação que irá acontecer.

Para quem não assistiu “Adeus Lenin”, é a história de uma alemã oriental fiel ao regime comunista que entra em coma logo antes da queda do muro de Berlim. Quando volta do coma, o médico adverte seus filhos de que ela não pode ter nenhum tipo de desgosto, sob o risco de ter outro ataque cardíaco e não resistir. A partir daí, a familia tem que fingir que tudo está como antes em Berlim oriental, simulando ambientes, situações e produtos que já não existem mais.

Ryuichi Sakamoto – Bibo No Aozora (tema de Babel)

Quando assisti Babel, do mexicano Alejandro González Iñárritu, fiquei com duas impressões: primeiro, de que a complexa tecelagem de estórias do diretor fora erguida sobre uma pretensão excessiva, em um roteiro que não me convencia das causas e efeitos se sucedendo ao longo da trama. A segunda impressão foi oposta, e puramente emocional – a música. Até hoje ela me faz lembrar de várias sequências. Não é à toa que Babel ganhou o Oscar de melhor trilha sonora em 2007 (parte composta e parte compilada pelo argentino Gustavo Santaolalla).

A música de encerramento, Bibo No Aozora (de Ryuichi Sakamoto, com Jacques Morelenbaum e Everton Nelson, cello e violino) dá vontade de chorar – e isso tem a ver com a triste cena na qual ela se inscreve, infelizmente indisponivel na web por questões de direitos. Ouça duas versões da mesma música, a primeira como aparece no filme, minimalista e dramática, e a segunda somente com Ryuichi ao piano:

Premeditando o Breque (Premê) • Sempre

Quando o MINIMALISMO encontra o CAFONISMO. Tirada genial do grupo paulista, gravada em seu excelente “Quase Lindo” (1983). Relaxe, atravesse as ondas sonoras minimais no estilo de Steve Reich e aguarde até os 01:43 min da música para a pororoca: