CAT:17 Posts tagged "Samba"

Elza Soares • Mulher do Fim do Mundo

Quê que é isso mano?! Não tenho palavras pra comentar essa criação maravilhosa que é “Mulher Do Fim Do Mundo”. Composição dramática que te põe de joelhos, de cavaquinho minimalista na parte A e que explode emocionada no refrão, que coisa linda!, Elza Soares em toda sua força interpretando esse samba de Rômulo Fróes e Alice Coutinho, faixa titulo de seu último album (ladeada pelo auxilio luxuoso da cena independente paulistana atual, como Kiko Dinucci, Rodrigo Campos, Thiago França e o próprio Rômulo, na produção do carioca cosmopolita Guilherme Kastrup). Já posso morrer tranquilo.

BaianaSystem com Apple: Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua

Em 1972 Sérgio Sampaio inscreveu sua “Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua” no IV Festival Internacional da Canção. A canção fez sucesso com sua letra metafórica contra a ditadura militar (quem ia para a rua, ora ora, era o bloco armado do exército, não a sociedade civil).

Agora, a Apple lançou um filme totalmente feito no iPhone7 Plus usando esse tema de Sérgio Sampaio, só que na versão contemporânea, laqueada no rap, eletrônica e pesada do BaianaSystem junto com a rapper de São Bernardo do Campo Yzalú. O clipe foi feito em stop motion pela produtora VetorZero, tendo o carnaval de Olinda como inspiração. Sensacional!

Aqui, a versão original de 1972:

Karol Conka – Maracutaia

A curitibana Karol Conka ainda não lançou seu próximo album solo, mas uma das faixas já ganhou clipe e foi solta na rede: é “Maracutaia”, com produção do duo Tropkilazz (os DJs André Laudz e Zé Gonzalez, este último ex-integrante do N.A.S.A.) mais o produtor musical David Marroquino. Carregada nas percussões brasileiras de Pretinho da Serrinha, “Maracutaia” é um samba rap levemente eletrônico, muito mais “música de banda” do que de DJ – o que é um diferencial no território atual do hip hop, rap e funk nacionais.

No filme, dirigido por Brendo + Gofiantini pela Paranoid, Karol narra o cotidiano de um casal (interpretado por Lázaro Ramos e Taís Araújo), com figurinos e fotografia caprichados.

Update: a dupla de diretores da Paranoid chamou Karol para estrelar recentemente este filme de Avon:

Elza Soares – Firmeza?! + Maria da Vila Matilde

Beleza mano? Fica com Deus. Quando der a gente se tromba, firmeza?

Assim Elza Soares nos saúda nessa sessão registrada no Red Bull Station do centro de São Paulo, estúdio aonde foi gravado seu novo album, “A Mulher do Fim do Mundo”. Produzido pelo baterista Guilherme Kastrup, o trabalho reúne uma parte boa da nata da cena independente paulista atual, como Kiko Dinucci, Romulo Fróes, Rodrigo Campos, Marcelo Cabral (esses quatro, do grupo Passo Torto), Celso Sim e o naipe de metais do Bixiga 70. Forte, o esquema. Fortes também são os temas das canções escolhidas para o disco: drogas, transsexualidade, violência doméstica (como na faixa “Maria da Vila Matilde”). As guitarras fuzz de Kiko Dinucci e Rodrigo Campos aparecem sujando a cena, e os kits de bateria e percussão de latas de Guilherme Kastrup completam o panorama urbano no qual Elza está perfeitamente à vontade.

Então, firmeza. Olha só que beleza de afrobeat:

Laura Lavieri – Deixa Acontecer

Laura Lavieri, filha do falecido músico Rodrigo Rodrigues (do grupo Música Ligeira) e parceira musical de Marcelo Jeneci, é uma cantora e tanto. Aqui ela aparece em um registro roots fresquíssimo de uma de suas interpretações, uma versão pop funky de “Deixa Acontecer”, do grupo de pagode Revelação. Eu não conhecia essa música, mas achei sua versão tão perfeita que precisei postar aqui (na verdade, mais perfeita que a do próprio Revelação).

Acompanhada por Marcelo Jeneci (teclados), João Erbetta (guitarra) e Diogo Strausz (eletrônicas), destila a essência verdadeira desse hit. Que não é um pagode. É uma canção black anos 80, tanto no groove quanto no tipo de composição. Poderia estar na voz de um Tim Maia, por exemplo. E está muito bem na garganta cristalina de Laura Lavieri. Som na caixa, DJ:

Disfarça e Chora: Cartola em versão rocksteady

“Disfarça e Chora” é um daqueles clássicos do cancioneiro do samba. Lançada em 1974, no primeiro disco de estúdio de Cartola, de 1974 pelo selo Marcus Pereira, essa parceria com Dalmo Castello ganha aqui uma versão rocksteady (ritmo jamaicano precursor do reggae) interpretada por Pedro Luis e Marcia Castro, acompanhados por Curumin (bateria e percussões), Zé Nigro (baixo) e Cris Scabelo (guitarra, Bixiga 70). Roda o play:

Assista abaixo a versão de Cartola no programa MPB Especial, de Fernando Faro (TV Cultura) da década de 70: