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Björk – Vulnicura (album)

A duende islandesa Björk lançou em janeiro seu nono disco de estúdio, Vulnicura, e foi soltando os clipes aos poucos (já que o lançamento teve que ser antecipado pelo vazamento na rede, e a criação dos mesmos ainda não estava terminada). Produzido a várias mãos pelo venezuelano Arca, pelo britânico The Haxan Cloak (nome artístico de Bobby Krlic) e pela própria Björk, Vulnicura equilibra eletrônica e arranjos orquestrais na mesma dose. Por exemplo, “Family” se inicia com um violino em um tenso spiccato (técnica em que o arco pula seco e rápido entre cada nota), para no minuto seguinte entrarmos em um clima etéreo de ambient music com camas de synths e cordas:

“Black Lake” se inicia com um quarteto de cordas em andamento lento sustentando a melancolia da canção. Beats eletrônicos quebrados vão entrando aos poucos, minimais, sem nunca tomar a música por completo. Tudo é muito esparso, cheio de espaços e respiros, e somente aos quatro minutos a música cresce de verdade e explode – para voltar ao repouso em seguida, como um movimento de marés:

“Lionsong” é uma das canções com melodia mais “assobiáveis” do album. O que não é pouco, em um trabalho experimental e denso como Vulnicura. Assobiável mas com sete minutos de duração. Definitivamente não estamos no território do pop, mas em suas fronteiras:

Junto com o album, The Haxan Cloak foi convidado pela cantora para remixar alguma das faixas, e escolheu “Mouth Mantra”:

Kevin Olusola – Sugar (versão do Maroon 5)

O californiano Kevin Olusola é um talento. Canta, faz beatbox, toca cello, sabe usar as redes sociais para mostrar seu trabalho… Faz parte do quinteto vocal Pentatonix e tem uma carreira solo em paralelo. E de vez em quando brinca de gravar versões como esta aqui, do hit “Sugar” (dos também californianos do Maroon 5).

Abaixo, a versão original do Maroon 5:

Ben Sollee – Letting Go

Ben Sollee é violoncelista e cantor nascido no Kentucky.

Bela canção, “Letting Go”. Somente voz e cello, vazia. Bonito assim.

Astor Piazzolla / Kronos Quartet • Five Tango Sensations

Em 1989 Astor Piazzolla compôs uma suite de cinco peças para o Kronos Quartet, quarteto de câmara norte americano que desde 1973 trabalha em cima do repertório de compositores contemporâneos. A suite foi batizada de “Five Tango Sensations”, cinco peças dramáticas como todo o repertório do mestre do tango moderno. “Asleep”, “Loving”, “Anxiety”, “Despertar” e “Fear” são os nomes das peças. Foi a última gravação de estúdio do bandoneonista (Piazzolla morreu em 1992). Abaixo você pode assistir a uma de minhas preferidas, “Loving” (infelizmente não existem videos on line com as apresentações de Piazzola acompanhado pelo Kronos Quartet).

Ryuichi Sakamoto – Bibo No Aozora (tema de Babel)

Quando assisti Babel, do mexicano Alejandro González Iñárritu, fiquei com duas impressões: primeiro, de que a complexa tecelagem de estórias do diretor fora erguida sobre uma pretensão excessiva, em um roteiro que não me convencia das causas e efeitos se sucedendo ao longo da trama. A segunda impressão foi oposta, e puramente emocional – a música. Até hoje ela me faz lembrar de várias sequências. Não é à toa que Babel ganhou o Oscar de melhor trilha sonora em 2007 (parte composta e parte compilada pelo argentino Gustavo Santaolalla).

A música de encerramento, Bibo No Aozora (de Ryuichi Sakamoto, com Jacques Morelenbaum e Everton Nelson, cello e violino) dá vontade de chorar – e isso tem a ver com a triste cena na qual ela se inscreve, infelizmente indisponivel na web por questões de direitos. Ouça duas versões da mesma música, a primeira como aparece no filme, minimalista e dramática, e a segunda somente com Ryuichi ao piano: