Conhecido com o cantor da banda The Killers, Brandon Flowers está lançando seu segundo disco solo, “The Desired Effect”. Uma das faixas é “Still Want You”, conduzida por uma linha de sinth quase tecnopop anos 80. “Still Want You” serve de apereitivo para o album, que deve ser lançado mês que vem.
Kendrick Lamar – King Kunta
“King Kunta” é o terceiro single do album “To Pimp A Butterfly”, de Kendrick Lamar. É rap, hip hop, e funky pra caramba. Por “funky” eu quero dizer com as raízes fincadas na black music dos anos 70. Desde a interpretação de Lamar, lembrando James Brown (e também pelo uso do flexatone, instrumento de percussão usado em várias músicas do chefão) até a inserção do refrão “We want the funk”, da faixa “Give Up the Funk (Tear the Roof off the Sucker)” do Parliament.
Sabe do que eu gosto em “King Kunta”? Do jeito como a música vai crescendo, se desdobrando e ganhando corpo. Algo bem diferente da norma no hip hop – e na música feita com muita eletrônica e samples, em geral. Vai DJ:
MØ + Major Lazer + DJ Snake – Lean On
MØ é o codinome da cantora dinamarquesa Karen Ørsted. É dela a voz precisa e os “Ooh Ooh” processados no Auto Tune, que aparecem na eletrônica “Lean On”, parceria de MØ com o trio Major Lazer e mais DJ Snake. A faixa é um “earworm”, o que significa uma música com um refrão tão grudento que nunca mais sai da sua cabeça. Conduzida por synths e por um beat que vai e volta de acordo com as partes da música, “Leal On” é simples e eficiente, pra dançar e grudar.
J. D. McPherson – You Must Have Met Little Caroline? – Your Love (All That I’m Missing)
Rock’n’roll roots, decalcado diretamente de Buddy Holly e Fats Domino. Esse é o som que J.D. McPherson faz. Nascido em Oklahoma e criado nas raizes roqueiras dos anos 50, J.D. lançou há pouco seu segundo album, Let The Good Times Roll, do qual faz parte esta “You Must Have Met Little Caroline?”, aqui em versão acústica gravada especialmente para a Billboard. Let it roll, baby roll:
E seu Soundcloud:
Luiza Lian – Coroa de Flores
2015 promete ser um ano e tanto no cenário independente brasileiro, super aquecido por uma multidão de talentos que há anos se organizam e produzem utilizando todas as plataformas possiveis de divulgação de seus trabalhos. Boa parte dessa produção pode ser achada nos serviços de streaming (Spotify, Deezer, Apple Music, Rdio, Google Play…) e pelos blogs que existem por aí afora.
Um exemplo de cantora que merece ser conhecida é a paulista Luiza Lian. Com uma voz aguda ligeiramente anasalada (por vezes lembrando a cantora Blubell) e um repertório de estilos ecléticos (rock, jazz, bolero, MPB, baladas…) seu trabalho chama a atenção. Seu disco pode ser baixado gratuitamente em seu site, mas já dá para você conhecer um pouco de Luiza no clipe abaixo, da jazzy “Coroa de Flores”, uma espécie de charleston dançante com uma instrumentação comum ao imaginário indie da última década: órgão e guitarra com bastante vibrato, timbres típicos dos anos 60/70 e que durante um tempo ficaram rotulados como cafonas – mais por causa do contexto – mas que hoje estão com tudo. Confira:
Hans Zimmer – Interestelar (trilha sonora do filme)
Fui assitir “Interestelar” de Christopher Nolan bem depois de seu lançamento nos cinemas. Que pena que perdi a grandiosidade desse espetáculo em uma tela grande, mas ficou o consolo de poder ver e rever no computador esse casamento perfeito entre seu balé imagético e a música poderosa do alemão Hans Zimmer (com quem Nolan já trabalhou em “Inception” e na trilogia de Batman).
Uma das cenas mais marcantes do filme é quando a tripulação da espaçonave Endurance aterrisa em Miller, um planeta coberto por água. Nessa sequência, a música começa sutil, como um tique-taque de relógio, e vai crescendo junto com a tensão do que está prestes a acontecer. E que é colossal. Orquestra e um órgão (referência a “Also Sprach Zaratustra” de Richard Strauss, famoso tema da abertura de “2001” de Stanley Kubrick) fazem pulsar uma massa sonora que acompanha a ação da tela. Veja que interessante: o pulso metronômico da música, sua analogia com um relógio, sublinha um dos elementos importantes da trama, que é a passagem do tempo.
O órgão aparece em vários momentos do filme (como aqui) e é um dos elementos de maior dramaticidade do “score”. Além de “2001”, esse órgão é também uma referência a “Koyaanisqatsi” (1982), filme de Godfrey Reggio com música de Philip Glass e no qual a temática é basicamente a mesma de “Interestelar”: a sobrevivência da vida no planeta Terra. Essa homenagem ao minimalismo de Glass fica evidente quando se compara a cadência do tema de abertura em “Koyaanisqatsi” com o que Hans Zimmer compôs para o encerramento do filme de Christopher Nolan, e que é um tema que aparece também em outros momentos do filme:
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