Referências / Inspiração

Silva • A Visita

O capixaba Lucio Silva Souza, ou simplesmente Silva, vem sendo incensado por seu talento em vários blogs musicais brasileiros desde que lançou seu EP (homônimo) em 2011. Violinista, cantor e compositor que se apresentou no festival Sónar SP em maio deste ano, lança agora seu primeiro clip, dirigido por Zico Farina e Fernanda Fernandes, para a faixa A Visita. Cantor de voz suave, o que chama a atenção é sua mão para criar um repertório ao mesmo tempo brasileiro nas composições e aberto ao mundo nas referências experimentais contemporâneas. Por exemplo, em A Visita é dificil não ler no arranjo ecos do Beirut de Zach Condon – enquanto que a melodia/harmonia da segunda parte é totalmente velha guarda brasileira. Ou nos timbres eletrônicos, metalofones e coros de 12 de Maio, como não perceber o quanto Silva está à vontade com o universo indie – mantendo, novamente, a brasilidade na melodia. Então:

Update: a agência de publicidade Peralta utilizou esse tema de Silva em um filme para a linha Sou da Natura. Confira:

Alabama Shakes • Hold On / You Ain’t Alone

De uma cidadezinha no interior do Alabama (Athens) até fazerem uma turnê junto com Jack White foi um pulo. Tudo isso a partir de uma reportagem da revista britânica NME (New Musical Express), que havia recebido um toque do vocalista dos Arctic Monkeys, Alex Turner. Agora o quarteto Alabama Shakes está lançando seu album de estréia, “Boys & Girls” pelo selo Rough Trade. Brittany Howard e sua poderosa voz é em grande parte responsável pela atenção que estão recebendo. A outra parte cabe ao seu som direto e roots, um rock sulista com um certo tempero soul e blues. Confira:

Barbatuques • Sambalelê

Os Barbatuques estão de CD novo na praça. E fazendo música dos pés à cabeça desta vez para a criançada se divertir. “Tum Pá“, o novo CD, tem um repertório de músicas novas e tradicionais do cancioneiro brasileiro e brincadeiras que passeiam pelo universo infantil, naquela gênese do grupo: a percussão corporal, sem outros instrumentos acompanhantes, formando uma “orquestra do corpo”. Somente palmas, estalos, sons vocais e quetais, fazendo tum e fazendo pá. E pará-pá-pá:

Ultraísta • Static Light / Smalltalk

Ultraísmo foi um movimento literário surgido na Espanha no inicio da década de 1920, que contou com a presença do argentino Jorge Luis Borges, e que buscava apenas o essencial na criação poética. E Ultraísta, a banda/projeto do produtor Nigel Godrich (que trabalhou com Radiohead, U2 e REM entre outros), parece apontar na mesma direção de busca de síntese – inclusive, desculpe o trocadilho, no aspecto do uso de sons sintetizados. As duas faixas já disponíveis para escuta, abaixo, são peças de um minimalismo pop eletrônico reto, quebrado somente pela voz e pelas nuances dos teclados. Com album para ser lançado em outubro, é uma parceria conjunta com a cantora Laura Bettinson e o baterista e também produtor Joey Waronker (Beck/Smashing Pumpkins). Para quiser curtir, eles tem uma página no Facebook. E quem quiser ouvir, é só dar o play:

Criolo • Freguês da Meia Noite / Linha de Frente / Subirusdoistiozin

Ontem foi a entrega do Prêmio da Música Brasileira, patrocinado pelo Ministério da Cultura e pela Vale do Rio Doce. O cantor e compositor Criolo ganhou em três categorias: revelação, album e cantor Pop/Rock/Reggae/HipHop/Funk (categoria-balaio-geral) pelo seu album “Nó Na Orelha“. Mais que merecido. Artista polivalente que passeia pelo samba, mpb e rap, chamou atenção em 2011 com esse excelente trabalho produzido por Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral, do qual vale a pena conhecer, por exemplo, o bolero brega setentista Freguês da Meia Noite, dirigido por Arthur Rosa França e Samuel Malbon e produzido pela Bossa Nova Films:

Ou o samba Linha de Frente, aqui apresentado no programa Ensaio (TV Cultura):

E o hip hop Subirusdoistiozin, aqui em clip com direção de Tom Stringhini e Alexandre Casagrande:

 

Fiona Apple • Werewolf / Anything We Want

No próximo dia 26 de junho a cantora e compositora nova iorquina Fiona Apple lançará seu mais recente trabalho, “The Idler Wheel Is Wiser Than The Driver Of The Screw, And Whipping Cords Will Serve You More Than Ropes Will Ever Do”, seu quarto album em 16 anos (após um hiato de sete anos). Duas faixas já estão disponiveis, Werewolf e Anything We Want.

Werewolf tem uma estória interessante, relatada aqui ao site Pitchfork: no primeiro esboço da canção, uma gravação caseira, o som de uma briga em uma televisão próxima forneceu um sound design inesperado, que Fiona tentou reproduzir por quase um ano para seu album. Por fim encontrou o equivalente ao que queria quando gravou a algazarra de crianças brincando em uma escola (aos 2:10 min da faixa).

A outra canção liberada, Anything We Want, é introduzida por uma percussão de latas e tem a estrutura repetitiva e hipnótica de seus albuns anteriores, principalmente Extraordinary Machine (2005). Confira: