Son Lux é um trio de Denver, Colorado, e que eu nunca havia ouvido falar até dar de cara com esse clipe bordado em um stop motion muito bem feito, que brinca com as ondas gráficas do som e com o rosto do cantor, Ryann Lott. A música é “Change Is Everything”, do album “Bones”. Um pop de melodia hipnótica climático e de batida pesada, arranjado com timbres precisos de synths e pincelado por uma drum machine dos anos 80 distorcida. Thumbs up.
Segilola – Somewhere Along The Line
Que bonito isso aqui: a voz aveludada da cantora londrina Segilola Jolaosho, acompanhada de um saxofone suave, quase jazzístico, escoltados por um repetitivo loop de cascos de cavalo remetendo às sonoridades do sapateado. Uma delicadeza onírica, sustentando uma melodia muito simples, quase pop – caberia perfeitamente em um formato de balada pop. Uma preciosidade.
Hans Zimmer – Interestelar (trilha sonora do filme)
Fui assitir “Interestelar” de Christopher Nolan bem depois de seu lançamento nos cinemas. Que pena que perdi a grandiosidade desse espetáculo em uma tela grande, mas ficou o consolo de poder ver e rever no computador esse casamento perfeito entre seu balé imagético e a música poderosa do alemão Hans Zimmer (com quem Nolan já trabalhou em “Inception” e na trilogia de Batman).
Uma das cenas mais marcantes do filme é quando a tripulação da espaçonave Endurance aterrisa em Miller, um planeta coberto por água. Nessa sequência, a música começa sutil, como um tique-taque de relógio, e vai crescendo junto com a tensão do que está prestes a acontecer. E que é colossal. Orquestra e um órgão (referência a “Also Sprach Zaratustra” de Richard Strauss, famoso tema da abertura de “2001” de Stanley Kubrick) fazem pulsar uma massa sonora que acompanha a ação da tela. Veja que interessante: o pulso metronômico da música, sua analogia com um relógio, sublinha um dos elementos importantes da trama, que é a passagem do tempo.
O órgão aparece em vários momentos do filme (como aqui) e é um dos elementos de maior dramaticidade do “score”. Além de “2001”, esse órgão é também uma referência a “Koyaanisqatsi” (1982), filme de Godfrey Reggio com música de Philip Glass e no qual a temática é basicamente a mesma de “Interestelar”: a sobrevivência da vida no planeta Terra. Essa homenagem ao minimalismo de Glass fica evidente quando se compara a cadência do tema de abertura em “Koyaanisqatsi” com o que Hans Zimmer compôs para o encerramento do filme de Christopher Nolan, e que é um tema que aparece também em outros momentos do filme:
Nils Frahm – Ambre / The Presets, Promises
Nils Frahm é daqueles músicos que conheci por acaso, no Spotify. Pianista alemão, usa sua técnica de músico erudito para criação de temas minimalistas, intimistas e que se adequam muito bem a diversas sequências cinematográficas.
Sigur Rós • Rembihnútur
Após lançar o album “Valtari” em maio passado, os islandeses do Sigur Rós partiram para o projeto de lançar um video para cada faixa do disco, intitulado “mystery film experiment“, aonde cada filme é dirigido por uma pessoa ou dupla diferente. Agora é a vez da faixa Rembihnútur, lançado hoje em belo registro preto-e-branco e slow motion, por Arni & Kinski. Aperte o play:
Assista também aos já lançados Ég Anda (direção de Ragnar Kjartansson), Varúð (direção de Inga Birgisdóttir) e Fjögur Píanó (direção de Alma Har’el).
Thom Hanreich / Pina Bausch – Tied Down
“Pina“, de Wim Wenders, é uma das coisas mais belas a que tive a oportunidade de assistir no cinema nos últimos tempos. Já achava o trabalho da coreógrafa Pina Bausch de tirar o fôlego (pude vê-la quando sua companhia se apresentou no Brasil poucas antes de morrer). Quem não assistiu ao filme de Wim Wenders tem a obrigação de fazê-lo. A trilha sonora das coreografias é fantástica. Uma das músicas que mais gostei foi a dramática “Tied Down”, do alemão Thom Hanreich:
Abaixo, a faixa completa:
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