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Natura K • Beira Mar (cover de Zé Ramalho)

Para lançar o perfume masculino “K” da Natura, o paraense Saulo Duarte – da banda independente Saulo Duarte e a Unidade – regravou a canção “Beira Mar”, de Zé Ramalho. Originalmente um baião gravado em 1979, aqui ela ganha roupagem de maracatu, com seus tambores pesados e sincopados, e guitarras que remetem ao Mangue Beat dos anos 90. A nova versão foi parar no comercial que o diretor Manuel Nogueira filmou pela Conspiração Filmes, com criação da DPZ&T:

Aqui, o making of da nova versão:

E aqui, a gravação original de Zé Ramalho:

Percussão corporal em filme de Nestlé Ideal

A Publicis botou na rua uma nova campanha para Nestlé Ideal, marca de composto lácteo vendida no norte e nordeste do país. Com produção da Damasco Filmes e direção de Juliana Curi, a campanha “Força” segue a linha testemunhal, com depoimentos reais de mulheres em suas casas e comunidades.

Gostei muito da trilha, composta unicamente por percussão corporal: palmas, batidas no corpo e estalos de boca. Não tem melodia nem instrumento harmônico nenhum. É música simples, honesta e humana – o que casa com o tema da campanha – além de chamar atenção por ser diferente de estilos musicais óbvios usados em publicidade. Por exemplo, qual seria o resultado caso fosse usado um baião, um axé, uma guitarrada do Pará…? Talvez soasse “mais do mesmo”. Em todo caso a mensagem que a música transmite e agrada:

BaianaSystem com Apple: Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua

Em 1972 Sérgio Sampaio inscreveu sua “Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua” no IV Festival Internacional da Canção. A canção fez sucesso com sua letra metafórica contra a ditadura militar (quem ia para a rua, ora ora, era o bloco armado do exército, não a sociedade civil).

Agora, a Apple lançou um filme totalmente feito no iPhone7 Plus usando esse tema de Sérgio Sampaio, só que na versão contemporânea, laqueada no rap, eletrônica e pesada do BaianaSystem junto com a rapper de São Bernardo do Campo Yzalú. O clipe foi feito em stop motion pela produtora VetorZero, tendo o carnaval de Olinda como inspiração. Sensacional!

Aqui, a versão original de 1972:

Mungo Jerry – In The Summertime na publicidade

Não, eu nunca havia escutado “In The Summertime” até há bem pouco tempo atrás. Me julguem.
Esse mega hit da banda britânica Mungo Jerry, lançado em 1970, é alto astral até a última nuvem lá do céu. É divertido e relaxado, e muito disso graças à voz rouca e original do cantor Ray Dorset. Também graças ao fato de “In The Summertime” se alinhar com toda a tradição do blues e do stride piano jazzístico, sendo uma espécie de releitura não-purista desses gêneros. O banjo country da música também dá um toque de humor e leveza à faixa – que, aliás, foi praticamente o único sucesso do grupo. Então, se você como eu não conhecia essa pérola da passagem dos ’60 para os ’70, ouça aqui. E veja como tem sido seu uso na publicidade ao longo dos anos:

Para vender cruzeiros marítimos, um cover com algumas alterações na letra (2015):

Em 1992, a música lembrava do perigo de beber e dirigir:

E em 1973, sua letra adaptada vendia molho de tomate, em comercial da Ogilvy & Mather:

Nina Simone para Ford: I Wish I Knew How It Would Feel To Be Free

Nina Simone, cool como sempre, dando um fino toque de humor ao filme da Ford que acabou de estrear: é como sua música funciona. De onde vem o humor? Não de Nina, mas das situações mostradas no filme, de pessoas ridiculamente presas em situações cotidianas – e a chamada da montadora é que ela está desenvolvendo novas formas de libertar os donos de seus carros, com a ajuda de novas tecnologias.

Aqui, “I Wish I Knew How It Would Feel To Be Free”, interpretada ao vivo pela cantora e pianista simbolo dos movimentos feminista e dos direitos civis nos anos 60:

Karol Conka – Maracutaia

A curitibana Karol Conka ainda não lançou seu próximo album solo, mas uma das faixas já ganhou clipe e foi solta na rede: é “Maracutaia”, com produção do duo Tropkilazz (os DJs André Laudz e Zé Gonzalez, este último ex-integrante do N.A.S.A.) mais o produtor musical David Marroquino. Carregada nas percussões brasileiras de Pretinho da Serrinha, “Maracutaia” é um samba rap levemente eletrônico, muito mais “música de banda” do que de DJ – o que é um diferencial no território atual do hip hop, rap e funk nacionais.

No filme, dirigido por Brendo + Gofiantini pela Paranoid, Karol narra o cotidiano de um casal (interpretado por Lázaro Ramos e Taís Araújo), com figurinos e fotografia caprichados.

Update: a dupla de diretores da Paranoid chamou Karol para estrelar recentemente este filme de Avon: