CAT:17 Posts tagged "Indie"

Elza Soares • Mulher do Fim do Mundo

Quê que é isso mano?! Não tenho palavras pra comentar essa criação maravilhosa que é “Mulher Do Fim Do Mundo”. Composição dramática que te põe de joelhos, de cavaquinho minimalista na parte A e que explode emocionada no refrão, que coisa linda!, Elza Soares em toda sua força interpretando esse samba de Rômulo Fróes e Alice Coutinho, faixa titulo de seu último album (ladeada pelo auxilio luxuoso da cena independente paulistana atual, como Kiko Dinucci, Rodrigo Campos, Thiago França e o próprio Rômulo, na produção do carioca cosmopolita Guilherme Kastrup). Já posso morrer tranquilo.

Warpaint – New Song

Warpaint é um quarteto feminino de Los Angeles, que em seus dois albuns anteriores desenvolveu um rock dançante de andamento médio, quase intimista. Nunca tocaram para incendiar a platéia, mas a faixa “New Song” do recém lançado “Heads Up” preenche bem a lacuna da festa. A música foi lançada em agosto, antecipando o album que saiu no final de setembro.

“New Song” tem aquela batida que você encontra nos discos do New Order (mas sem a produção pop, carregada na pressão, que os anos 80 exigiam deles). Logo na abertura a melodia cantada e dublada com a guitarra já funciona como um gancho pop eficiente e dançante.

We Were Evergreen – Baby Blue / Daughters / Best Thing

Sim, isso é antigo – na velocidade da internet, quase medieval. Mas e daí? Descobri agora e acho que tem uma graça, leveza e humor que vale a pena compartilhar. We Were Evergreen é um trio parisiense indie, cantando em inglês e misturando eletrônica com ukulele, pianos elétricos e caixinhas de música. Uma sonoridade que já não soa nova, mas funciona bem. E as melodias são boas, assobiáveis, bem pop.

“Baby Blue”:

“Best Thing”:

“Daughters”, com uma levada meio axé music (!!!):

PJ Harvey – The Wheel

Ouço PJ Harvey há muitos anos e uma das coisas que mais gosto em seu trabalho é a forte personalidade de suas gravações. Sem nunca sair do território do rock’n’roll e de suas cancões diretas, a cantora e compositora britânica consegue experimentar com formatos, arranjos e instrumentos, mantendo-se pop ainda assim.

“The Wheel” é o single de seu recém lançado “The Hope Six Demolition Project”. As imagens do clipe foram gravadas em Kosovo, Sérvia, Macedônia e Grécia. O tema da canção é a guerra e seus ciclos de destruição, sempre retornando. Como a roda da fortuna (“the wheel”).

Deerhunter – Snakeskin

Agora ouça. Não precisa esforço. A guitarra fará o resto por você, que em instantes estará hipnotizado.

Com um single que remete ao pop rock dos anos 70 mas também ao rock cru dos 90 (de bandas como Jane’s Addiction em “Been Caught Stealing“), o quarteto americano Deerhunter lançou esta semana o single “Snakeskin”. O clipe antecede o próximo album da banda, “Fading Frontier”, que sai em outubro. E por enquanto dá pra ir curtindo essa que é uma faixa dançante com uma boa pegada funky e relaxada, na guitarra e na batida da bateria. O terço final da música é “viajandão”, cheio de efeitos, ecos e guitarras em reverse (tocadas ao contrário) sobre sua base requebrante. Enjoy and join:

Luiza Lian – Coroa de Flores

2015 promete ser um ano e tanto no cenário independente brasileiro, super aquecido por uma multidão de talentos que há anos se organizam e produzem utilizando todas as plataformas possiveis de divulgação de seus trabalhos. Boa parte dessa produção pode ser achada nos serviços de streaming (Spotify, Deezer, Apple Music, Rdio, Google Play…) e pelos blogs que existem por aí afora.

Um exemplo de cantora que merece ser conhecida é a paulista Luiza Lian. Com uma voz aguda ligeiramente anasalada (por vezes lembrando a cantora Blubell) e um repertório de estilos ecléticos (rock, jazz, bolero, MPB, baladas…) seu trabalho chama a atenção. Seu disco pode ser baixado gratuitamente em seu site, mas já dá para você conhecer um pouco de Luiza no clipe abaixo, da jazzy “Coroa de Flores”, uma espécie de charleston dançante com uma instrumentação comum ao imaginário indie da última década: órgão e guitarra com bastante vibrato, timbres típicos dos anos 60/70 e que durante um tempo ficaram rotulados como cafonas – mais por causa do contexto – mas que hoje estão com tudo. Confira: