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O Grande Hotel Budapeste

[ Atualizando: esse filme ganhou o prêmio de melhor Trilha Sonora Original no Oscar 2015 ]

Que filme maravilhoso é “O Grande Hotel Budapeste” de Wes Anderson. Melhor ainda ver como a música original de Alexandre Desplat contribui para que o conjunto ganhe em dramaticidade e humor.

Não assitiu? Veja. Baixe, alugue, empreste, se vire. E curta a música (abaixo), que é uma mistura de atmosferas do leste europeu, músicas agitadas e dançantes, polkas folclóricas e temas orquestrais que não são nada do que se costuma utilizar hoje em dia como “música cinemática”. Ou seja, é uma trilha sonora grandiosa sem ser épica, bem humorada sem ser ridicula. O que significa dizer que se ajusta perfeitamente no espirito do filme, ambientado na Europa oriental na primeira metade do séc. XX.

Por exemplo, o tema principal, tenso:

Agora, o mesmo tema aplicado sob uma das cenas:

Que tal sair dançando freneticamente? Experimente:

E essa estória de “música do leste europeu”? Ouça por exemplo o tema do Sr. Moustafa (narrador da estória), executado por um instrumento muito comum nos Balcans chamado cimbalom:

Michael Nyman – O Piano

O Piano (The Piano) é um filme de 1993 escrito e dirigido por Jane Campion. Sua trilha sonora, composta pelo inglês Michael Nyman, venceu o Globo de Ouro. Merecido. Algum prêmio teria que levar, já que a música (e o piano) são a matéria prima original em torno da qual se movem os personagens, especificamente Ada (interpretada por Holly Hunter) e George (Harvey Keitel).

Na cena abaixo, Ada reencontra seu instrumento musical, deixado à beira da praia após ela se mudar para a Nova Zelândia e ter seu piano “barrado” pelo futuro marido, que não se interessa em transportar a pesada carga até sua casa. A música está a meio caminho entre o repertório pianístico do romantismo e os procedimentos minimalistas de Michael Nyman, compositor que foi fundamental na construção da filmografia do também britânico Peter Greenaway (Afogando em Números, O Cozinheiro O Ladrão Sua Mulher E O Amante, Os Livros De Próspero).

Cha cha cha indiano

Banghra music, cha cha cha e KC & the Sunshine Band misturados sem medo de ser feliz, em cena do filme hindu Shalimar, de 1978. Bollywood antes de virar hype no ocidente:

Monophonics, Nancy Sinatra e Tarantino • Bang Bang

“Bang Bang” é uma canção de 1966 que ficou famosa na voz da cantora Cher e em seguida na versão de Nancy Sinatra, filha de The Voice. Trinta e sete anos depois, Quentin Tarantino incluiu a versão de Nancy na trilha sonora do primeiro Kill Bill (na abertura do filme).

Agora, fiquei conhecendo a excelente versão lançada pelo sexteto Monophonics, de San Francisco, em seu album “In You Brain”. Diferentemente da gravação lenta e densa que você conheceu pelas mãos de Tarantino, aqui o groove pega fogo, nos metais e no gogó de Kelly Finnigan (também tecladista). Monophonics é uma banda que refaz as sonoridades do soul e da psicodelia dos anos 60, e esta sua “Bang Bang” é só um exemplo de onde eles podem chegar:

Aqui, a abertura de Kill Bill com a canção carregando os créditos:

E esta é Nancy Sinatra:

Elton John – Tiny Dancer em Quase Famosos (Almost Famous)

Em Quase Famosos (Almost Famous, direção de Cameron Crowe, 2000) há uma cena excepcional em que a música assume o comando da cena: a banda Stillwater pega a estrada, a melancolia cai sobre todos, a canção “Tiny Dancer” de Elton John começa a soar em off. Poderia ser mais uma daquelas cenas piegas em que a música “narra” as emoções dos personagens, mas de repente eles começam a cantá-la, de uma forma engraçada e ao mesmo tempo emocionante.

Aqui, Elton John interpretando sua criação:

Duke Ellington / Steven Soderbergh – Caravan

Quando Duke Ellington lançou Caravan em 1937, não imaginava que 70 anos depois sua música seria utilizada por Steven Soderbergh em “13 Homens e Um Novo Segredo”, em um clima vintage anos 60. A versão é de um obscuro Puccio Roelens, e é daquelas que o supervisor musical do filme deve encontrar ao fazer aquela faxina pesada no porão de sua casa, descobrindo aqueles LPs absolutamente esquecidos. Nada que não seja resolvido com uma passada por um sebo no centro ou por caprichosos blogs de música. O filme de Soderbergh? Ah, sim:

E aqui, o próprio Duke ao piano tocando “Caravan”:

http://www.youtube.com/watch?v=asenXIPM234