Quando assisti Babel, do mexicano Alejandro González Iñárritu, fiquei com duas impressões: primeiro, de que a complexa tecelagem de estórias do diretor fora erguida sobre uma pretensão excessiva, em um roteiro que não me convencia das causas e efeitos se sucedendo ao longo da trama. A segunda impressão foi oposta, e puramente emocional – a música. Até hoje ela me faz lembrar de várias sequências. Não é à toa que Babel ganhou o Oscar de melhor trilha sonora em 2007 (parte composta e parte compilada pelo argentino Gustavo Santaolalla).

A música de encerramento, Bibo No Aozora (de Ryuichi Sakamoto, com Jacques Morelenbaum e Everton Nelson, cello e violino) dá vontade de chorar – e isso tem a ver com a triste cena na qual ela se inscreve, infelizmente indisponivel na web por questões de direitos. Ouça duas versões da mesma música, a primeira como aparece no filme, minimalista e dramática, e a segunda somente com Ryuichi ao piano: