Referências / Inspiração

Lucas Santtana • Modo Avião

Gosto muito do Lucas Santtana, baiano adotado pelo Rio de Janeiro. Tremendo cancionista, músico à vontade tanto com as tradições da música brasileira quanto com a eletrônica da música contemporânea. Tá lançando disco novo, “Modo Avião”, pelo selo Natura Musical. A faixa titulo, essa aí embaixo, é conduzida por um quarteto de cordas (arranjo de Marcelo Cabral) com lambidas de synths antigos, timbres eletrônicos dos anos 80. A quimica tá perfeita, econômica pros dois lados. Faixa sutil e delicada.

Luiza Lian • Tucum + Oyá

Conheci a paulista Luiza Lian através desse seu segundo album, Oyá Tempo, com oito faixas que trabalham experimentalmente as diversas linguagens da música pop atual, em arranjos nunca óbvios. Por exemplo, o batidão de funk de “Oyá” nunca explode: ele se contém e não segue o caminho esperado de cair na pista. O mesmo acontece com a eletrônica “Tucum”, de melodia forte com seus saltos de oitavas pouco comuns no canto popular, e que me remete a um naipe de metais (mas essa é uma referência pessoal). Luiza Lian é um nome que, pra mim, fica no radar das boas novas artistas da música independente nacional.

Elza Soares • Mulher do Fim do Mundo

Quê que é isso mano?! Não tenho palavras pra comentar essa criação maravilhosa que é “Mulher Do Fim Do Mundo”. Composição dramática que te põe de joelhos, de cavaquinho minimalista na parte A e que explode emocionada no refrão, que coisa linda!, Elza Soares em toda sua força interpretando esse samba de Rômulo Fróes e Alice Coutinho, faixa titulo de seu último album (ladeada pelo auxilio luxuoso da cena independente paulistana atual, como Kiko Dinucci, Rodrigo Campos, Thiago França e o próprio Rômulo, na produção do carioca cosmopolita Guilherme Kastrup). Já posso morrer tranquilo.

Coldplay + The Chainsmokers – Something Just Like This

Os britânicos do Coldplay você conhece, mas a dupla de DJs novaiorquinos The Chainsmokers é desconhecida pra muita gente. Bem, essas duas turmas se juntaram para criar uma nova canção, a hipnótica “Something Just Like This”. A faixa sairá tanto em “Memories… Do Not Open”, album de estréia da dupla a ser lançado em abril, quanto no 13º EP do Coldplay, “Kaleidoscope”, mais pra frente.

“Something Just Like This” é um pop eletrônico fortemente conduzido por sintetizadores que crescem ao longo do tempo. É climática, com uma melodia no registro grave do cantor Chris Martin, e só explode no refrão, quando entra a bateria e um “hook” de synth que é a marca registrada da faixa. Confira:

The Roots no NBA All-Star Game

Ontem à noite assisti à abertura do All Star Game da NBA, uma partida-exibição com os melhores jogadores de basquete dos Estados Unidos, realizada em New Orleans. As equipes foram apresentadas pelo The Roots, grupo de hip hop e black music na ativa há 30 anos. E eles botaram a casa abaixo: saindo do rock’n’roll dos anos 50 até a música contemporânea, contaram – e tocaram – um pouco da história do basquete americano e falaram da carreira dos jogadores, com rimas afiadas (é melhor você saber inglês). Sete minutos inesquecíveis:

BaianaSystem com Apple: Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua

Em 1972 Sérgio Sampaio inscreveu sua “Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua” no IV Festival Internacional da Canção. A canção fez sucesso com sua letra metafórica contra a ditadura militar (quem ia para a rua, ora ora, era o bloco armado do exército, não a sociedade civil).

Agora, a Apple lançou um filme totalmente feito no iPhone7 Plus usando esse tema de Sérgio Sampaio, só que na versão contemporânea, laqueada no rap, eletrônica e pesada do BaianaSystem junto com a rapper de São Bernardo do Campo Yzalú. O clipe foi feito em stop motion pela produtora VetorZero, tendo o carnaval de Olinda como inspiração. Sensacional!

Aqui, a versão original de 1972: